Os Santos Populares são épocas festivas
cheias de cor, música e enfeites, que acontecem no mês de Junho, entre os dias
12 e 29.
Santo António, São Pedro e São João, são os
três santos mais festejados por todo o Portugal: As noites que antecedem estas festividades são
marcadas pelas marchas, pelos trajes, fogueiras, música, manjericos e muita
alegria.
Escolhi este tema por ser alegre, pois
considero que, neste momento, todos nós precisamos de pessoas, à nossa volta,
felizes e cheias de cores. Este tema é ainda muito importante para mim,
devido à simbologia, à celebração, à crença num Santo, como para mim é o Santo
António, o protetor dos pobres e necessitados. Acredito que quando cremos em
algo superior a nós, com quem podemos por vezes, dialogar, mesmo não estando a
ver a pessoa, esta crença pode ajudar- nos a ultrapassar alguns obstáculos.
Um Pouco da História….
Santo António nasceu em
Lisboa, por volta de 1195. Em 1210, pediu ingresso no Mosteiro de São
Vicente de Fora, dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho. Em 1220,
transferiu-se para a Ordem dos Frades Menores, com o nome de António (Santo
Antão, em latim Antonius, padroeiro do convento dos frades de Coimbra, onde
ingressou).
Em 1222, foi ordenado sacerdote, demonstrando
ser um lutador contra as injustiças, desordens sociais, exploração dos pobres e
a má influência de certos tipos de vida de alguns setores do clero.
A palavra de Santo António foi ganhando nome,
por fazer milagres contra as injustiças. Consta que morreu a 13 de junho com
apenas 36 anos de idade e foi canonizado recebendo o título de Doutor da
Igreja.No entanto, ficou
mais conhecido como santo casamenteiro, porque -diz a lenda que envolve partes
de sua vida - que, quando ainda era um estudante no mosteiro em Portugal,
protegia as moças pobres que não tinham dinheiro para o dote. Saía à rua
pedindo esmolas, que eram dadas às famílias dessas moças e se convertiam no
dote, que lhes garantiria o casamento.
Segundo Gilberto
Freire, a escassez de portugueses na colónia, sublinhou o valor do casamento ou
mesmo da procriação (com ou sem o casamento), o que tornou populares os santos
padroeiros do amor, da fertilidade e das uniões.
Os Dias dos Santos POPULARES
“Santo António a
treze de Junho (13.06)
Com marchas de
encantar,
A vinte e quatro
(24.06) o S. João
A vinte e nove S.
Pedro (29.06) a terminar.”
Santo
António nas ruas de Lisboa…
A
cidade de Lisboa festeja o seu santo padroeiro, todos os anos, durante o mês de
Junho. A
tradição do Santo António está associado a cerimónias de fertilidade e por isso
é tradição os jovens queimarem alcachofras para saber do futuro dos seus amores
e pedirem a sua protecção.
Dada
esta fama de santo protector dos pobres e também, pelo facto de ser
casamenteiro, os poderes públicos instituíram, a partir dos anos 50, a tradição
das Noivas de Santo António. Mas, o momento alto das Festas de Santo António
são as Marchas Populares, que representam os diversos bairros lisboetas. Este
acontecimento leva milhares de pessoas à Avenida da Liberdade.
A
festa termina com os arraiais que são organizados nos mais típicos bairros de
Lisboa, em especial em Alfama e na Madragoa, onde o centro das celebrações é a
sardinha assada e a sangria. Nestes bairros, como Graça, Alfama, Madragoa, a
zona da Sé Lisboa enchem-se de pessoas até de madrugada, pois existem
“barraquinhas” situadas nas ruas com bebidas, comidas e doces à venda, pela
noite dentro.
Em
todas as ruas ouvem-se vários tipos de música, desde fados, a músicas
populares, música pimba e eletro music, e as pessoas podem escolher o espaço
onde preferem estar. Como
na grande maioria das festas, a presença dos jovens é massiva! Desde os 16 aos 25 anos de idade, todos
dançam, e por existir uma faixa etária muito jovem os excessos cometidos
acontecem devido à irresponsabilidade.
Apesar da euforia da
festa, alegria, os comerciantes aproveitam-se para inflacionar os preços dos
alimentos, tornando tudo muito mais dispendioso, como por exemplo uma bifana que
pode custar 3€, Bebidas de copo entre 1,50€/2€ e um pão com sardinha a
1,50€/2€. Para além destes alimentos, existe ainda o caldo verde e o chouriço
assado.
O que traz todo este movimento…
As
festas são sempre bonitas. Contudo, todas as que acontecem nas ruas, trazem muita
poluição, provocada pelos copos de plástico, pratos de plástico, vidros,
beatas, entre outras coisas que vão ficando espalhadas pelo chão até a festa
terminar.
Importa
referir que não existem WC´s suficientes e os que existem são portáteis. Na sua
maioria encontram-se pouco asseadas. Nestes dias de férias, para além da
poluição dos objetos espalhados pela rua, existe a poluição sonora provocada por
vários estilos de música difundida num volume exageradamente elevado. Por vezes,
não é possível distinguir as músicas
devido à pouca distância entre barraquinhas.
Ainda
existem os bailes populares, sendo o mais conhecido o do Largo do Chafariz de
Dentro em Alfama, que tem sempre uma banda pimba a tocar ao vivo para as pessoas,
existindo à volta roulottes com farturas, bifanas, bebidas com e sem álcool e a
tradicional sardinha na brasa.
Assim,
é sempre necessário, ao início da manhã, a Câmara Municipal de Lisboa reunir
vários colaboradores para limparem todas as ruas de Lisboa. Como em todas as
festas- e esta não poderia ser uma exceção - existem muitos excessos! São
visíveis na rua inúmeras pessoas com excesso de álcool, com suspeitas de
consumo de substâncias ilícitas, entre outras coisas. Face a isto, as
ambulâncias do INEM socorrem inúmeras pessoas nessa noite, havendo um alarido e
rodopio ao longo da noite.
Trabalho feito por Tânia Matos